A Libertadores 2010 antes mesmo de começar foi considerada por muitos a mais fácil dos últimos tempos para os brasileiros. Sem os tradicionais times argentinos e com as finais programadas para depois da Copa, foi consenso geral de que certamente uma equipe do Brasil conquistará o título.
E não haveria melhor ano para o Flamengo disputar a mais importante competição das Américas como este. Campeão Brasileiro, elenco forte, com jogadores experientes e vacinados contra traumas anteriores. Tudo teoricamente favorável para uma campanha sem grandes dificuldades, ao menos em confrontos contra outro brasileiro, o que ainda assim não nos faz menos favoritos que ninguém.
Como de praxe, quanto mais simples parece ser, mais o Flamengo gosta de fazer o torcedor padecer. Classificação chorada na fase de grupos. Por conta disso, passagem para as quartas de final improvável diante do todo poderoso Corinthians de Ronaldo e Cia. Em jogo para cardíacos, fomos lá no Pacaembu e arrumamos um golzinho que nos classificou.
De novo pela frente estava a ‘
A torcida rubro-negra desta vez parecia mais confiante numa classificação tranqüila, afinal, o adversário é conhecido e sabe-se que não é nenhum super time. Porém, a vitória no primeiro jogo fez os chilenos, alucinadamente, pensarem serem os galácticos e cantarem vitória antes dos 90 minutos finais.
A necessidade de vencermos por dois gols de diferença é o que torna a parada desafiadora. Ainda mais pelo fato do time não ter apresentado futebol que nos convença de que isso acontecerá. Mas precisa? Se não fosse Flamengo, talvez precisasse. Se Flamengo fosse apenas mais um time de futebol também. Mas Flamengo é mística, é tradição, é raça, é o inexplicável. Talvez mesmo necessitando, nosso time ainda não jogue o que o futebol agradeceria de ver, porém com certeza jogara o suficiente para orgulhar uma Nação.
Como sabiamente parafraseou Jorginho, este desafio “ta com cara de Flamengo”. Por isso que, por mais pessimista que seja o torcedor, é impossível não estar esperançoso no sucesso em terras chilenas. Foi com cara de Flamengo desde o começo. Ou acham que a expulsão do Willians aos dois minutos do primeiro tempo na estréia foi em vão? Há fatos que possuem ligação entre si, quer vejamos e entendamos ou não. Vai ver já estava tudo armado com os deuses do futebol passarmos por essa prova de fogo, senão qual graça teria futuramente contar para nossos filhos e netos sobre “a Libertadores mais fácil que o Fuderosão papou”? Tem que ser sofrido. Tem que ser heróico. Tem que improvável. Tem que ser com cara de Flamengo.
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