Sabe quando a gente descobre que papai noel não existe? Que toda aquela fantasia do sapatinho na janela e da cartinha ao bom velhinho não passava de ilusão, porém mesmo assim não deixamos de recordar com alegria essa fase encantadora de nossas vidas? É esse sentimento que Obina deixa nos rubro-negros com a sua ida para o Palmeiras.
Para uns um mito, para outros folclore e até mesmo uma lenda. Seja como for, o certo é que Obina sempre estará nas lembranças da torcida rubro-negra. Pelos lances bisonhos, gols importantes e até mesmo pelo jeito bem particular de comemorar seus gols ao estilo 'bonecão do posto'. O Anjo Negro – agora do Palestra Itália - é incomparável.
Uma das principais armas do Cuca para a atual temporada, Obina deixa a Gávea após 17 partidas em branco e muita pressão e críticas da torcida que antes o idolatrava. Pênaltis perdidos, má sorte no ataque e instabilidade no peso. Um 'final' (entre aspas porque ano que vem ele volta) nada feliz para quem antes ostentava o apelido de 'o iluminado'.
A luz de Obina se apagou e não mais ascendeu. O técnico fez o que pode, os companheiros e a torcida também apoiaram até onde deu. Mas como diz o antigo dito futebolístico, atacante vive de gols. E como os gols não vieram, a vida de Obina passou a se tornar um tormento interminável.
Limitações técnicas sempre existiram, mas o que acontece vai além disso. Não gosto muito dessas expressões e nem se quer acredito nelas, mas o tal 'inferno astral' parecia mesmo estar assolando a carreira do atacante baiano.
Não há como dizer que a saída de Obina deixará tristeza pelas atuais circunstâncias técnicas que se encontrava, mas pelo lado emocional, certamente ficará sim um sentimento de que poderia ter sido diferente o fim temporário deste vínculo. Por isso, sem sombra de dúvidas, a imensa maioria dos flamenguistas torcerão pelo seu sucesso, porque Obina é mais que um jogador de futebol. É gente do povo, pessoa honesta, de bom coração e um caráter enorme. Alguém que merece ser feliz e a má fase vivida nesta temporada já não vinha fazendo bem nem para ele nem para nós que já estávamos numa situação desconfortável ao vaiar alguém que a pouco tempo era aclamado. E acredito que a recíproca de carinho é verdadeira, mesmo com toda a pegação no pé da Nação nos últimos dias em terras cariocas. Ele sabe que sempre quisemos o melhor para ele e para o Mengão.
Paro por aqui para acabar não sendo repetitivo como as dezenas de textos que lemos por aí nas últimas horas sobre a transferência do nosso xodó. Por fim, é impossível não agradecer pelas alegrias que Obina nos deu nesse período que foram bem maiores que as raivas e agonias dos últimos jogos. E quem sabe um dia ele retorne para então encerrar de forma mais feliz sua história no Flamengo. Enquanto isso somos gratos pelos bons momentos proporcionados e pela estadia no coração da maior torcida do Brasil. Valeu Obina!
Eduardo Matheus
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